No artigo anterior, falamos sobre o ego e o poder e demos início ao ego espiritual baseado em vários aspectos. Se você ainda não o leu, recomendo o que o faça e traga uma consciência sobre as possíveis ramificações que o ego traz.

O ego jamais aceitará mudança. Ele está sempre certo e se considera superior. O ego aqui citado é diferente do ego trazido pela psicologia aonde possui um outro significado.

Aqui o ego é uma extensão da consciência do eu, aonde a medida que vai sendo inflado, exaltado, assoberbado, começa a trazer uma criatura do indivíduo, por vezes passando e crescendo em tamanho em relação ao próprio indivíduo. É um elemento da própria personalidade do indivíduo, trazendo um aspecto sombra a ser identificado e iluminado de forma sincera, autentica e genuína de forma que vamos explanar aqui abaixo.

Para exemplificar isso para você, imagine um indivíduo que possui 18 anos, está no início de uma possível carreira profissional e quer se firmar numa área. Ele começa a dar duro, trabalhar longas e ininterruptas horas todos os dias. Chama a atenção dos demais pela sua dedicação, trabalho árduo, duro e resultados.

As pessoas começam a reconhece-lo pelo seu esforço. Ele pensa dentro de si: “Vou me esforçar mais e por mais horas para impressionar mais e mais as pessoas e conseguir no topo da montanha “. Note que chegar no topo não é o problema. O problema é chegar lá para gerar uma projeção da imagem criada maior que o próprio indivíduo real. Alí está o ego! Nesse exemplo o ego se manifesta através da vaidade de ser reconhecido, visto, enxergado. E não necessariamente pelo fato de chegar no topo!

É uma linha tênue entre luz e sombra dentro do indivíduo! Ele – o ego_ opera de uma forma oculta, silenciosa e a todo momento querendo ser visto, reconhecido, reverenciado, adorado, exaltado. Note bem, esse ego é a manifestação para esse indivíduo citado no exemplo do parágrafo anterior. Para cada pessoa, ele será uma manifestação diferente.

Uma crítica ou ponto de vista divergente contra aquela afirmação qualquer que seja é considerado um insulto e humilhação para o ego. E ele reagirá agressivamente, porque num nível inconsciente ele diz para si: “quem é essa pessoa para me contestar?” ou “o quanto ela é superior para dizer o que eu devo fazer?” 

 Segundo Osho, o indivíduo com alto nível de ego – ou egoíco – acredita que o poder dele é medido na quantidade de pessoas que ele interfere. Não importa se essa interferência é boa ou ruim. Ele quer apenas saber em quantas vidas ele interveem, interfere e possui de domínio.

Num cenário político seja municipal, estadual ou federal, todos os representantes do povo -os políticos- deveriam estar abertos a não deixar esse ego crescer mais do que a sua proposta original que é simplesmente servir ao povo.

Num cenário familiar, todo e qualquer integrante seja pai, mãe, padrasto, madrasta deveria estar aberto a desenvolver o seu próprio ego para ser um pai melhor, uma mãe melhor. Num cenário profissional, um gestor de uma empresa deveria estar aberto a desenvolver suas sombras e luzes para gerir uma empresa com inteligência emocional cada vez melhor

Diante disso, como trabalhar isso? Como desconstruir algo que foi construído ao longo dos anos e anos e que muitas vezes foi gerado um reforço “positivo” daquilo que o ego entende como reconhecimento?

Diante do exposto, percebo o quanto a ferramenta de inteligência emocional chamada Eneagrama pode achar cada pessoa individualmente a se transformar em sua própria experiencia. Através de um estudo profundo da identificação da personalidade pela luz de 9 possíveis tipos e combinações desses 9 tipos juntos, cada pessoa vai vivenciando experiencias únicas, singulares e transformadoras de identificar seu próprio ego e trazer luz para as sombras desse ego.

Então vamos aos 9 pecados citados no título:

  • Ira
  • Orgulho
  • Vaidade
  • Inveja
  • Avareza
  • Medo
  • Gula
  • Luxuria
  • Preguiça

Todos nós desenvolvemos algum desses 9 aspectos dentro de nós. Uma das maiores inverdades contadas para cada um desde criança foi que luz e sombra estão fora de nós. Na verdade, estão dentro de nós!

  • A Ira é definida aqui como uma raiva, uma explosão de emoção que ora pode ser contida pela pessoa fora de casa e ora pode ser desproporcional e exagerada, podendo afastar pessoas querida da mesma que a acessa;
  • O orgulho é definido aqui como a não humildade de receber ajuda e de pedir essa ajuda;
  • A vaidade aqui é definida como o desejo no coração de ser reconhecido pelo seu esforço. É a superficialidade do objeto que pode ser corpo, imagem, instituição ou pessoa;
  • A inveja é aqui definida como o movimento que passa pelo coração de se comparar aos demais em relação a tudo e a todos. Isso gera uma necessidade de “ser diferente” dos demais, gerando muita angústia, dor e melancolia;
  • A avareza é aqui definida como o movimento que de ser minimalista, ou seja, precisar do mínimo de itens possíveis para sobreviver. Exemplo disso: tenho 7 dias na semana, então posso ter 7 cuecas apenas. Vem a pergunta a si: para que mais do que isso?;
  • O medo é aqui definida como a ansiedade e a angústia que gera a paralisação e não ação. Em tempos de covid-19, todos nós acessamos isso em mais graus ou menos graus;
  • A gula é aqui definida como o movimento de querer sempre o mais do mesmo, a busca do prazer que pode ser o prazer da comida, da bebida, do sexo, do filme, do documentário do canal de seriado, não se importando com mais nada nem ninguém;
  • A luxuria é aqui definida como querer fazer o que quiser, do jeito que quiser e na hora que quiser! Sem limites nenhum. É quebrar um retrovisor de carro por exemplo quando esse está atrapalhando a passagem do motoqueiro na rua por exemplo e sair disparado no meio da rua. É querer comer, beber, fazer sexo na intensidade e quantidade que der na telha;
  • A preguiça é aqui definida como o esquecimento de si. A neutralização em detrimento de evitar conflitos ou confrontos pessoais diretos em alguma parte de nossa vida seja ela afetiva, profissional, familiar ou pessoal;

Vale dizer que aqui cada um está ainda muito resumido, podendo e precisando ser aprofundado ainda mais. Esses 9 pecados foram subtraídos 2 que a própria igreja a retirou para si por interesses próprios no período da idade média – época trevosa de nossa sociedade – que foi o medo e a vaidade durante os séculos V e XV durante quase 1000 anos.

O medo foi a mola mestra da manipulação. Através do medo, eu consigo gerar paralisia, estagnação, enquadramento do indivíduo com crenças limitantes. E a vaidade, do termo em latim que vem de Vanitas, que quer dizer algo superficial, um aspecto de ser reconhecido por algo sem profundidade.

A igreja também se apropriou disso para si para obter muitas doações ao longo dos séculos e reconhecer os doadores das catedrais, igrejas, doações de terrenos, doando espaços para serem pintados nas igrejas com simbologias, desenhos não necessariamente “cristãos” e dando benefícios aos doadores de ofertas para receberem a permissão poderem por exemplo ser enterrados na catedral. Esses fatos foram extraídos da catedral metropolitana de Salvador construída no século XVI, sendo uma das mais antigas do Brasil.

Esse desejo sincero de trazer luz para as sombras numa caminhada autentica e legítima podem trazer ganhos em diversas áreas na vida da pessoa. Tudo começa com uma entrevista feita por um profissional qualificado na área para te orientar e mostrar caminhos possíveis de si.

Esse auto diálogo identifica os aspectos positivos e negativos do eu e através de uma conversa franca, essa leitura por si só já ajuda a trazer uma tomada de consciência a respeito. Cada um que possua um desejo sincero em seu coração, com a leitura, a busca em materiais verdadeiramente que tragam o autoconhecimento, poderão vivenciar suas melhores fases de tomada de consciência.

E esse autoconhecimento trará libertação de movimentos inconscientes do próprio ego. Trazendo aquele exemplo daquele rapaz focado em trabalho, ele pode a partir de uma tomada de consciência verdadeira e legítima, entender que pode focar e trabalhar duro, mas que o foco não é o reconhecimento e sim uma consequência. Que ele é muito mais do que gera de resultado. Que ele pode equilibrar o tempo dele ao longo do dia entre casa, relação e trabalho e não apenas no excesso de trabalho como o ego quer que ele fique aprisionado.

Converse conosco e marque sua entrevista nesse mundo de autoconhecimento e esteja aberto a trazer luz ao seu próprio ego e sua vida florescerá cada vez mais na relação afetiva, profissional, financeira, autoestima e até mesmo espiritual.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *